sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Segundo dados, empresas brasileiras perdem muito tempo com gestão tributária fiscal


Realizar a gestão tributária fiscal de qualquer empresa no Brasil leva 12 vezes mais tempo do que na Europa. O relatório do projeto Doing Business, financiado pelo Banco Mundial, afirma que as empresas brasileiras gastam em média 2.038 horas por ano para gerir tributos no país.
Na comparação mundial com outros países, o número dos dados do projeto impressiona. Na América Latina o tempo médio gasto na gestão de tributos é de 342,6 horas/ano, o número fica mais evidente para os países membros da OCDE (Organização para a Cooperação Econômica Europeia), onde o gasto é em média 162,4 horas por ano para fazer atividades associadas ao pagamento de tributos e entrega de informações ao governo.
Para o Especialista Contábil Tributário da SuperSoft Sistemas, Paulo Melito, a maior parte do tempo gasto com a gestão tributária fiscal no país decorre do excesso de informações e obrigações a serem entregues e a falta de automatização em processos. “Para o Brasil alcançar a média gasta pelos países membros da OCDE, seria necessário reduzir o tempo gasto em mais de 90% para atingir a média mundial gasta para gerir tributos no país”, afirma Melito.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria EY (antiga Ernst Young) com 386 companhias com faturamento superior a R$ 78 milhões que estão obrigadas ao eSocial, nova obrigação exigida pela Receita Federal e que passa a valer no ano de 2018, 48% delas não tem nenhuma avaliação sobre quais mudanças terão de serem feitas para adotar completamente a nova obrigação.
Segundo Melito, é quase impossível realizar processos em uma empresa sem uma boa organização e um sistema de gestão eficiente que auxilie nos processos legais e gerenciais. Para o especialista as empresas precisam se organizar para entregar as obrigações da maneira que o fisco exige. “Não existe maneira de realizar procedimentos legais, tributários e fiscais sem um planejamento”, reforça Melito.
A Receita Federal estimou que 14 mil organizações estarão sujeitas ao eSocial em janeiro de 2018. Todas as empresas que estão obrigadas já devem começar a se organizar para não ter problemas com o fisco.

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